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.Maslembrava-se também de seu encontro com o Mestre.Procuroudominar a vergonha, o medo, e a ansiedade  eles iriam acompanhá-lasempre, e precisava se acostumar.Wicca pediu que as três Iniciadas ficassem bem no centro dosemicírculo formado pelas mulheres.As feiticeiras deram-se as mãose fecharam a roda.Cantaram músicas que ninguém mais ousou acompanhar; o somfluía de lábios quase fechados, criando uma vibração estranha, que setornava cada vez mais aguda, até parecer o grito de um pássaro louco.No futuro também ela saberia como pronunciar estes sons.Aprenderiamuito mais coisas, até se tornar também uma Mestra.Então, outrasmulheres e homens seriam iniciados por ela na Tradição da Lua.Tudo isto, porém, ia chegar no seu devido tempo.Tinha todo otempo do mundo, agora que reencontrara o seu destino, tinha alguémpara ajudá-la.A Eternidade era sua.Todas as pessoas apareciam com cores estranhas em volta delas,e Brida ficou um pouco desnorteada.Gostava do mundo como eraantes.As feiticeiras terminaram de cantar. A Iniciação da Lua está feita e consumada  disse Wicca. Omundo agora é o campo, e vocês cuidarão para que a colheita sejafértil. Estou com uma sensação estranha  disse uma das Iniciadas.Não consigo enxergar direito. Vocês estão vendo o campo de energia em volta das pessoas,a aura, como nós chamamos.Este é o primeiro passo no caminho dosGrandes Mistérios.Esta sensação vai passar daqui a pouco, e maistarde eu lhes ensinarei como despertá-la de novo.Num gesto rápido e ágil, atirou sua adaga ritual no chão.Elacravou no solo, o cabo ainda balançando com a força do impacto. A cerimônia acabou  disse. 174Brida foi até Lorens.Os olhos dele brilhavam, e ela sabia detodo o seu orgulho e seu amor.Podiam crescer juntos, criar juntosuma nova maneira de vida, descobrir todo um Universo que estavadiante deles, esperando pessoas com um pouco de coragem.Mas havia um outro homem.Enquanto conversava com oMestre, ela fez sua escolha.Porque este outro homem saberia comosegurar sua mão nos momentos difíceis, e conduzi-la com experiênciae amor através da Noite Escura da Fé.Aprenderia a amá-lo, e seuamor seria tão grande quanto o seu respeito por ele.Amboscaminhavam na mesma estrada do conhecimento, por causa dele haviachegado até ali.Com ele, terminaria por aprender, um dia, a Tradiçãodo Sol.Agora sabia que era uma bruxa.Aprendera durante muitosséculos a arte da feitiçaria, e estava de volta ao seu lugar.A sabedoriaera a partir desta noite a coisa mais importante em sua vida. Podemos ir  disse para Lorens assim que chegou perto.Eleolhava com admiração a mulher vestida de negro à sua frente; Brida,porém, sabia que o Mago a estava vendo vestida de azul.Estendeu a sacola com suas outras roupas. Vá indo, veja se consegue uma carona.Preciso falar comalguém.Lorens pegou a sacola.Mas deu apenas alguns passos emdireção ao caminho que cruzava a floresta.O ritual havia terminado eestavam de novo no mundo dos homens, com seus amores, seusciúmes, e suas guerras de conquista.O medo também havia voltado.Brida estava esquisita. Não sei se existe Deus  disse ele para as árvores à sua volta. E não posso pensar nisto agora, porque também enfrento o mistério.Sentiu que falava de uma maneira diferente, com uma segurançaestranha, que nunca julgara possuir.Mas, naquele momento, acreditouque as árvores estavam escutando. Talvez as pessoas aqui não me entendam, talvez desprezemmeus esforços, mas sei que tenho tanta coragem quanto estas pessoas,porque busco Deus sem acreditar nele. Se ele existe, ele é o Deus dos Valentes.Lorens notou que suas mãos tremiam um pouco.A noite haviapassado sem que pudesse compreender nada.Percebia que mergulharaem um transe  e isto era tudo.Mas o tremor em suas mãos não era 175por causa deste mergulho na Noite Escura, como Brida costumava sereferir.Olhou para o céu, ainda cheio de nuvens baixas.Deus era oDeus dos Valentes.E saberia entendê-lo, porque valentes são aquelesque tomam decisões com medo.Que são atormentados pelo demônioa cada passo do caminho, que se angustiam com tudo que fazem,perguntando se estão certos ou errados.E, mesmo assim, agem.Agem porque também acreditam emmilagres, como as feiticeiras que dançavam, aquela noite, em torno dafogueira.Deus podia estar tentando voltar para ele  através daquelamulher, que agora se afastava em direção a outro homem.Se ela fosseembora, talvez Ele se afastasse para sempre.Ela era sua oportunidade porque sabia que a melhor maneira de mergulhar em Deus eraatravés do amor.Não queria perder a chance de tê-lo de volta.Respirou fundo, sentindo o ar frio e puro da floresta, e fez a simesmo uma promessa sagrada.Deus era o Deus dos valentes.Brida caminhou em direção ao Mago.Os dois se encontraramperto da fogueira.As palavras eram difíceis.Foi ela quem quebrou o silêncio. Temos o mesmo caminho.Ele fez que sim com a cabeça. Então vamos segui-lo juntos. Mas você não me ama  disse o Mago. Eu te amo.Ainda não conheço o meu amor por você  mas teamo.Você é a minha Outra Parte.O olhar do Mago, porém, estava distante.Lembrava-se daTradição do Sol, e uma das mais importantes lições da Tradição doSol era o Amor.O amor era a única ponte entre o invisível e o visívelque todas as pessoas conheciam.Era a única linguagem eficiente paratraduzir as lições que o Universo todo dia ensinava aos seres humanos. Não vou embora  disse ela. Fico com você. Seu namorado está esperando  respondeu o Mago. Euabençoarei o amor de vocês.Brida olhou-o sem entender. 176 Ninguém pode possuir um nascer do sol como aquele quevimos uma tarde  continuou. Assim como ninguém pode possuiruma tarde com a chuva batendo na vidraça, ou a serenidade que umacriança dormindo espalha ao seu redor, ou o momento mágico dasondas quebrando nas rochas.Ninguém pode possuir o que existe demais belo na Terra  mas podemos conhecer e amar.Através destesmomentos, Deus se mostra aos homens. Não somos donos do sol, nem da tarde, nem das ondas, nemsequer da visão de Deus  porque não podemos possuir a nósmesmos.O Mago estendeu a mão para Brida, e entregou-lhe uma flor. Quando nos conhecemos  e parece que eu sempre conhecivocê, porque não consigo lembrar como era o mundo antes  mostrei-lhe a Noite Escura.Queria ver como você enfrentava seus próprioslimites.Já sabia que estava diante de minha Outra Parte, e esta OutraParte ia me ensinar tudo que eu precisava aprender  foi para isto queDeus dividiu o homem e a mulher.Brida tocava a flor.Era a primeira flor que via em muitosmeses.A primavera havia chegado. As pessoas dão flores de presente porque nas flores está overdadeiro sentido do Amor.Quem tentar possuir uma flor, verá a suabeleza murchando.Mas quem apenas olhar uma flor num campo,permanecerá para sempre com ela.Porque ela combina com a tarde,com o pôr-do-sol, com o cheiro de terra molhada e com as nuvens nohorizonte.Brida olhava a flor.O Mago tornou a pegá-la e a devolveu paraa floresta.Os olhos de Brida encheram-se de lágrimas.Tinha orgulho desua Outra Parte. Isto a floresta me ensinou [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]

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